11.Vós sois a luz do mundo! Não pode
esconder-se uma cidade situada sobre um monte. Nem tampouco os que acendem um
luzeiro o colocam debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que
ilumine a todos os que estão na casa. Brilhe pois assim a vossa luz perante os
Homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está
nos Céus!
Esta passagem reforça nossa
responsabilidade como instrumentos da Luz que a Espiritualidade Maior nos projeta,
e pela qual temos condições de agir e reagir em nossas missões. Na Doutrina do
Amanhecer, nada temos de secreto ou escondido. Trabalhamos no Templo ou em
qualquer lugar, a qualquer hora, sabendo que somos projetores desta Luz Divina.
Nossa missão é consolar os aflitos, conscientizar espíritos, aplacar as dores,
tendo, porém, a consciência de que tudo é feito através de nós e não por nós!
Não é a nossa força que liberta um irmão, mas, sim, o poder da Espiritualidade
que age pela nossa mediunidade e pelo nosso amor. Deus é Luz, e esta Luz se
projeta pelo nosso plexo, nos fazendo também Luz, a Luz do Mundo, com poder
desobsessivo e curador, que vai atuar sobre encarnados e desencarnados. Não podemos
nos orgulhar nem nos vangloriar, porque somos simples agentes dessa Luz, que só
poderá se refletir em nós se tivermos conduta doutrinária, amor e merecimento.
Nos Templos do Amanhecer, a energia luminosa alcança todos os que estão ali e
atinge, pela força do pensamento, aos que, distante, precisam de ajuda. Nada é
feito às escondidas: a Doutrina é colocada de forma clara e elevada, dando
oportunidade para que cada um de nós faça brilhar a sua Luz.
12. Não julgueis que vim destruir a Lei ou
os profetas. Não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento. Porque, em verdade,
vos digo: Enquanto não passarem o Céu e a Terra, não passará, da Lei, um só “i”
ou til, sem que tudo seja cumprido! Aquele que violar um destes mínimos
mandamentos e assim ensinar aos Homens, será tido pelo menor no Reino dos Céus;
mas o que os guardar e ensinar será estimado grande no Reino dos Céus!
De forma clara, Jesus proclama a
Verdade da Lei e dos profetas, evitando, assim, o possível conflito com aqueles
que pensavam que Ele estava disposto a destruir toda a velha doutrina de Moisés
e implantar novidades. Como se pode ver no Velho Testamento, havia a necessidade
de atender às condições de consciência e cultura dos povos, e muita coisa foi
dada como revelação divina mas, na verdade, era mistificação para atender à
estratégia de sacerdotes e governantes. Mas tudo caminhou para a chegada do
Messias, o Salvador, Jesus de Nazareth.
Foram estágios, vividos pela Humanidade
em cada era, na evolução espiritual do Homem na Terra. Logo, não poderia o
Divino e Amado Mestre destruir toda a base da revelação de sua Doutrina
Crística. Em muitas ocasiões, Jesus falou do que tinha sido dito aos antigos,
mas que agora seria a hora de ouvi-lo e entendê-lo sobre o mesmo assunto, sob a
ótica do amor incondicional. Quando contrariou a Lei Mosaica - uma coleção de
preceitos horizontais, mais materiais do que espirituais -, perdoando a
adúltera que deveria ser apedrejada até a morte, ou quando contrariou a Lei de
Talião, do “olho por olho, dente por dente”, ensinando que devíamos amar os
nossos inimigos, Jesus estava apenas acrescentando o amor e a consciência
universal às leis divinas que regiam os Homens, aperfeiçoando-as, buscando dar
a base de conhecimentos interiores que propiciariam ao espírito melhores
condições de agir e reagir em sua jornada, evitando intenções e atitudes
geradas pelo Mal. Com Jesus, a evolução do espírito humano começou uma nova
fase, em que fomos ensinados a sermos bons internamente, aprendendo a força da
humildade, da tolerância e do amor. Fica caracterizada a importância e a responsabilidade
dos Instrutores, para fiel transmissão do Evangelho e da Doutrina Crística.
13. Porquanto, vos digo: Se a vossa Justiça
não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos
Céus!
Jesus procurou incutir em seus
seguidores a noção da Justiça Divina, sobrepondo-se à Justiça dos Homens. Os
escribas e fariseus se prendiam às leis e à santidade legal ou exterior e entendiam
a Justiça de modo deformado, o que causou muitos diálogos ásperos entre eles e Jesus,
que buscava esclarecer os atos e fatos à luz do Evangelho. Por isso, devemos
ter claramente a noção da Justiça Divina, do Poder Universal, com nossa
consciência tranquila porque temos todas as condições
de aprender e praticar nossa Doutrina, com tolerância, humildade
e amor, sem preconceitos nem julgamentos, sabendo entender e perdoar,
praticando, pois, a Justiça de forma superior à dos escribas e fariseus.
14.Ouvistes o que foi dito aos
antigos:
Não matarás! Quem matar será réu no
juízo.
Eu, porém, vos digo que todo
aquele que se irar contra seu irmão será réu no juízo. E o que disser ao seu
irmão: Raca, será réu no conselho. E o que disser: Louco, será réu no fogo do
inferno! Portanto, ao apresentares a tua oferta ante o altar, te lembrares, aí,
de que teu irmão tem algo contra ti, deixa aí a tua oferenda ante o altar, e
vai, primeiro, reconciliar-te com teu irmão. E depois virás fazer tua oblação.
Raca é um termo injurioso, que
significa vazio de qualidades, pecador. Aos antigos a lei abrangia somente
aquele que matasse; Jesus acrescentou os que entram em conflito com seus irmãos
e os caluniam e os desprezam. Como alguém, com seu coração cheio de ódio,
emitindo forças negativas, pode fazer uma oferenda a Deus? Não é possível, como
também não se pode realizar um trabalho com baixo padrão vibratório. Tudo o que
fazemos com amor é uma oferenda a Deus. Mas só teremos condições de impregnar
de amor nosso ectoplasma se tivermos em paz conosco mesmo e com aqueles que se
dizem nossos inimigos. Mesmo que estes não queiram se reconciliar conosco,
temos o poder do perdão e de cessar nossas más vibrações. Lembramos do que nos
dizia Koatay 108, sobre nossa jornada, nos advertindo para que não seguíssemos deixando
alguém chorando ou emitindo uma melodia diferente da nossa - a misericórdia e a
harmonia. Com isso, temos como manter nossos Mentores junto a nós, nossa
ligação com a Voz Direta e nossa condição de poder fazer nossa oferenda a Deus.
15. Entra logo em acordo com o teu inimigo,
enquanto estás com ele em caminho, para que não suceda te entregue o adversário
ao juiz e o juiz ao seu ministro e sejas lançado ao cárcere. Em verdade te digo
que não sairás de lá até pagares o último ceitil!
Este conselho é vital para o perfeito
cumprimento de nossa jornada, pois nos previne sobre a necessidade de nos
reajustarmos com aqueles que estão junto a nós antes de que sejamos separados
pelo desencarne. Enquanto estamos nesta existência terrena, temos as condições privilegiadas
do espírito encarnado, que tem a assistência de seus Mentores, tem as oportunidades
de se aprimorar pelo trabalho na Lei do Auxílio e, por consequência, pode
influir profundamente nas situações de seus próprios obsessores e cobradores,
aliviando suas cargas pela ação do seu mediunismo. Após o desencarne, o
espírito fica entregue a si mesmo, sofrendo sem poder ter atenuadas as
influências daqueles espíritos, o que pode gerar situações tristes e de sofrimento.
Conscientes de que devemos saldar nossas dívidas, integralmente, com cada um deles,
é importante que o façamos enquanto eles estão perto de nós, também encarnados,
nos cobrando e nos provocando, mas sensíveis à Doutrina e à ação de nossa
conduta doutrinária, ao alcance de nosso ectoplasma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário